Currículo é o conjunto de dados relativos à aprendizagem escolar, organizados para orientar as atividades educativas, as formas de executá-las e suas finalidades. Geralmente, exprime e busca concretizar as intenções dos sistemas educacionais e o plano cultural que eles personalizam como modelo ideal de escola defendido pela sociedade. A concepção de currículo inclui desde os aspectos básicos que envolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até os marcos teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula.
A Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece as diretrizes que deverão orientar os "conteúdos curriculares da educação básica", que envolvem: valores, direitos e deveres e orientação para o trabalho. A LDB sugere uma flexibilização dos currículos, na medida em que se admite a incorporação de disciplinas que podem ser escolhidas levando em conta o contexto local.
A contemporaneidade sinaliza que já não basta esta simples flexibilização, pois valores e significados eminentes e ilustres já não são mais tão estáveis e definitivos. A revolução das informações inclui-se entre as formas mais difundidas de mudança social. Vivemos numa época em que o espaço vai sendo desvalorizado, dando vez para a mobilidade e a velocidade de acesso, seja de informação, consumo, trabalho, lazer e outras práticas culturais. De acordo com Roberto Macedo, é necessária a desconstrução dos cânones curriculares, bem como a construção de novas concepções e estruturas curriculares. As profundas transformações causadas pelas novas tecnologias da informática, têm implicações tanto no “conteúdo” quanto na forma de transmissão.
Devemos reconhecer as possibilidades abertas à estruturação de novos currículos que vão permitir mudanças no cotidiano escolar, a partir de reflexões sobre as novas realidades socioculturais e suas relações com as subjetividades. Dentre estas inovações estão a utilização do computador, da Internet, das novas tecnologias de informação e comunicação pelos seus usuários (nossos jovens estudantes). O computador no contexto educativo pode ser entendido como uma ferramenta por meio da qual o aluno idealiza e desenvolve um conhecimento, seja reproduzindo um saber ou construindo uma aprendizagem. Dessa maneira o aprendizado é estimulado pelo fato de o aluno executar uma tarefa por meio do computador, como é o caso de softwares de jogos educativos e de simulação. O aluno deve ser encorajado a explorar, criar, inovar, dentro de situações de aprendizagem não previamente estruturadas, mas devidamente planejadas. Assim, o aprendizado que ocorre nestas situações pode ser mais frutífero e mais duradouro. Ao aluno é permitido errar e refazer. Ao aluno se permite levar adiante uma solução para um determinado problema, ainda que seja óbvio que a solução não vai funcionar, valorizando assim o fazer pedagógico. O aluno, longe de ser um mero observador que só reage quando solicitado, passa a ser um participante ativo no processo de construção de sua própria aprendizagem.
É preciso se afastar do caráter de homogeneização, tão presente nos currículos oficiais, pois não há uma linearidade e sendo assim, nem tudo que é prescrito é ensinado no complexo contexto da sala de aula. Outro fator importante é a participação dos docentes na construção do currículo, pois na prática pedagógica há sempre um eixo predominante, o qual se relaciona com as concepções do educador sobre conhecimento, ensino, aprendizagem e currículo. A elaboração e execução do currículo não deve ser efetivada sem uma discussão sobre o conhecimento social, ou seja se perguntando qual a finalidade deste ou daquele conteúdo.
Corroborando com D’AMBROSIO, acredito que a escola está descompassada. Se pretendemos uma educação abrangente, envolvida com o estado do mundo, abrindo perspectivas para um futuro melhor, temos que repensar nossa prática, nossos currículos. Os objetivos da educação são muito mais amplos que aqueles tradicionalmente apresentados nos esquemas disciplinares. Devem, necessariamente, situar a educação no contexto da globalização existente no planeta.
Referências: curriculoetecnologia.wikispaces.com/
MARTINS, Niura Sueli. Escola, Currículo e Ensino: Tendências e Possibilidades