sábado, 1 de outubro de 2011

Atividade 2.2: Produzindo um hipertexto

REPENSANDO A SALA DE AULA


Pensar a sala de aula como objeto de estudo é uma reflexão muito relevante para a prática docente. Confesso que é difícil realizar este "ver e rever" do nosso trabalho. E nas muitas vezes que o faço, me questiono se estou no caminho correto, em outros penso em desistir... Uma professora comentou que obviamente não podemos "fugir" da sala de aula, mas apesar de não poder muitas vezes esta é a vontade. Sem dúvida, não dá prá pensar que esta ou aquela concepção(racionalista, a empirista ou mesmo a sócio-interacionista) é mais adequada. Em minha prática em sala, em momentos diferentes, encontro ainda a existência das três. Logicamente, na sociedade atual em que a escola, a docência e mais objetivamente a sala de aula está inserida numa sociedade dinâmica e urgente, já vivenciamos mudanças: interação entre o aluno, o professor e o meio; a construção das competências a partir do estímulo e da reflexão sobre o objeto. Superar desafios...é a minha luta permanente. Busco sempre aperfeiçoar a prática, porém minha auto-crítica parece sempre mostrar resultados ainda não positivos. Gente! Como refletir é importante. Pensando ainda sobre os dilemas descritos em “Ensinar : Agir na urgência, decidir na incerteza”1, por Perrenoud e vivenciados em sala: reconheço que muitas vezes acabamos sendo reducionistas começando e terminando com a FALTA DE DISCIPLINA como determinante para todos os fins e objetivos não alcançados. Até o conceito do que vem a ser INDISCIPLINA deve ser re-considerado. Em minhas reflexões, a pergunta não quer calar: "Meus alunos entram e saem da sala felizes? Felizes com aquela vivência? Felizes com o aprendizado? Sei que é isto que desejo: que sejam felizes, no decorrer desta vivência porque muito mais do que espaço para transmissão de conteúdos... acredito que a sala de aula é parte da vida. Porém, agora estou me perguntando: Realmente estou contribuindo para que isso aconteça? Fugir do tradicionalismo é atualmente uma exigência da sociedade como um todo. Muitas vezes o espaço sala de aula se mostra como uma coleção de paradoxos e necessidades: liberdade sem libertinagem, autoridade sem autoritarismo, abertura para a criatividade e participação sem "estourar" o tempo, fazer-se ouvir quando ouvir não é obrigatório...enfim tempos de luta. Alguns dilemas se tornam mais existentes em minha vivência pedagógica ou talvez devesse dizer que são mais preocupantes: esse "afastar" ou fazer "desaparecer" os conflitos...realmente devemos repensar, afinal eles existem na vida, dentro e fora da escola...e assim devemos aprender com eles. Sobre o dilema do poder pedagógico, eu penso que o maior problema é o fato de que , em nossa sociedade (tão "moderna"), o professor em sala, muitas vezes é desrespeitado como pessoa, antes mesmo de ser considerado uma autoridade pedagógica. E este é o maior problema: ainda em casa, as crianças (nossos alunos) têm muitas vezes, a ausência dos pais, compensada pela falta de limites. Em um mundo de concorrência: as pessoas querem ser as melhores...querem superar uns aos outros e neste contexto, os valores básicos: respeito, colaboração, solidariedade, ética e humildade são muitas vezes deixados de lado. Tenho consciência sobre isso e tenho tentado muitas vezes em minha sala de aula, ensinar para a vida. Desejo humildemente que todos nós (professores, pais e principalmente alunos) tenhamos consciência de que de que o mundo é virtual, a sociedade é moderna, o tempo é ontem, mas ainda assim, o respeito, a solidariedade, o carinho e a afetividade em nossas relações são sentimentos e atitudes fundamentais.

1 PERRENOUD, Philippe. Ensinar: Agir na urgência, decidir na incerteza. Editora Artmed, S.Paulo 2001.

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